ANÁLISE SINÓTICA - 25/08/2017

ANÁLISE SINÓTICA 25/08/2017 - 06UTC
Na análise da carta sinótica das 06 UTC, verifica-se a atuação de um sistema frontal que penetra sobre parte da Província de Buenos Aires no território Argentino, prosseguindo até o oceano Atlântico adjacente ocluindo em torno de um centro de baixa pressão com valor pontual de 976 hPa. Este sistema apresenta forte gradiente de pressão e intensa baroclinia em 500 hPa. A espessura da camada entre 1000 e 500 hPa, apresenta um núcleo de ar frio com 5280 mgp próximo a baixa pressão (comentado anteriormente). Verifica-se sobre o norte da Argentina, duas áreas de baixa pressão embebidas a um cavado ciclônico estendido sobre o Sul do Uruguai, atuando com forte cisalhamento em altitude associado as correntes de jatos (Jato Subtropical e Jato Polar Norte) embebido ao escoamento baroclínico em 500 hPa, mantendo intensa instabilidade (nuvens de trovoadas, raios e granizo) entre o Uruguai, Argentina e Atlântico adjacente. O fluxo de ar quente e úmido advectado da Floresta Amazônica, fica direcionado sobre o Paraguai, Argentina e Uruguai com velocidade próxima de 45 kts, mantendo intensa convergência de umidade aliada a forte ação termodinâmica, o que resulta no rápido levantamento de ar (omega negativo) com destaque para Uruguai, disparando núcleos de trovoadas severos. A estrutura deste sistema associado a divergência em 200 hPa, mantém alguns cavados de ondas curtas sobre o Uruguai e parte da Argentina, sendo uma das principais forçantes dinâmicas. Outros cavados anticiclônicos provenientes do escoamento subtropical, são observados sobre SP, Litoral do Nordeste e Sudeste do Brasil, mantendo nebulosidade baixa e estratificada. Outro sistema frontal é observado sobre o Pacífico, ocluindo em torno de um ciclone com valor pontual de 984 hPa, com núcleo de espessura de ar frio de 5520 mgp. Na vanguarda deste sistema, próximo ao litoral do Chile, duas áreas de baixas pressões relativas foram detectadas atuando com giro ciclônico em 850 hPa. Nota-se sobre o Atlântico, na altura da região Sul e Sudeste do Brasil, uma baixa pressão em oclusão com valor de 1014 hPa. Verifica-se outro ramo frio ao longo do Atlântico, na altura do Sul do Chile, com intenso gradiente de espessura da camada. Na retaguarda deste sistema, um cavado pós-frontal é detectado. Um centro de alta pressão, é observado sobre o Atlântico Sul, com valor pontual de 1032 hPa, onde a estrutura deste sistema possui características de bloqueio, aliada a uma crista em superfície direcionada para o território Brasileiro. Nota-se ao longo de SC e PR, uma pequena crista associada a isóbara anticiclônica, onde o padrão de circulação de ventos em diferentes níveis da atmosfera, é responsável pela descendência do ar troposférico em altos níveis (200hPa), resultando na compreensão adiabática do ar em 1000 hPa, o que mantém a estabilidade em superfície, com sol e poucas nuvens.

Piter  Scheuer - Meteorologista