ANÁLISE SINÓTICA - 10/02/2017

Imagem Caracterizada Sinoticamente por: Piter Scheuer_Técnico em Meteorologia. 
Hora Local: 06:00UTC 

                      DESCRIÇÃO DA IMAGEM SINÓTICA
Na análise sinótica desta sexta-feira (06UTC), observa-se uma área de baixa pressão com isóbara central de 1004hPa, localizado entre o Norte da Argentina, Sul da Bolívia e Paraguai. Este sistema é denominado de Baixa do Chaco. O padrão de circulação da Baixa do Chaco combinado com escoamento subtropical gera o aprofundamento de um cavado em superfície, estendido sobre o Norte da Argentina, divisa entre o Uruguai e RS até o Atlântico adjacente, favorecendo áreas de advecção de vorticidade ciclônica (500hPa). Essa condição do tempo provoca convergência de massa sobre boa parte do território Centro-Norte Argentino e Bolívia, onde o escoamento de norte/noroeste da suporte termodinâmico a um sistema convectivo, organizando nebulosidade profunda que penetra até 12km (Cumulunimbus), provocando forte atividade elétrica (raios) e volumes elevados de chuva. Contribuindo ainda para a instabilidade comentada anteriormente, um cavado de onda curta é detectado sobre a área Centro-Oeste da Argentina, favorecendo forte levantamento de ômega, auxiliando no reforço dos altos índices de instabilidades (2700 a 3000J/kg). O forte escoamento de norte/nordeste com velocidade acima de 25 kt, associado aos ventos alísios por influência da ASAS (Alta Subtropical do Atlântico Sul), alcança o Oeste da Região Amazônica e que devido à presença dos Andes (barreira orográfica), adquirem a direção noroeste, o que favorece na advecção de ar quente e úmido para a Bolívia, Paraguai, Norte da Argentina, Sul e Sudeste do Brasil, caracterizando o Jato de Baixos Níveis (JBN), detectado no nível de 850hPa, dando suporte e energia potencial aos cavados comentados anteriormente. A ASAS, atua com pressão central de 1028hPa, onde o padrão de circulação deste sistema provoca um cavado invertido sobre o Atlântico adjacente na altura do Litoral do RJ, favorecendo uma área de advecção de vorticidade. Além disso, a ASAS, é responsável pelo transporte de ar úmido proveniente do Atlântico para o continente (circulação marítima), contribuindo para a formação de nuvens baixas desorganizadas, sobre o Litoral da Região Sul do Brasil. Uma ampla área de circulação anticiclonica produzida pela ASAS, propicia uma crista (área alongada de alta pressão), que se estende ao longo do Atlântico adjacente até Mar del Plata na Argentina, mantendo advecção de ar frio ao longo de toda a coluna troposférica, contribuindo na estabilidade do ar. O Anticiclone Subtropical do Pacífico Sul (ASPS), se mantém amplo e configurado com pressão central de 1024hPa, onde alguns cavados foram detectados em superfície e nos níveis intermediários da atmosfera (500hPa), embebido pelo escoamento baroclinico. Uma onda frontal é observada sobre o Atlântico adjacente na retaguarda da crista comentada anteriormente, possuindo uma baixa pressão de 1004hPa, apresentando fraco contraste de pressão. Observa-se o eixo do ramo frio posicionado sobre o Pacífico ligado a uma baixa pressão e a um sistema frontal (Localizado no Estreito de Drake), onde verifica-se um padrão de forte gradiente baroclinico, representado por um intenso contraste no campo de altura geopotencial e de temperatura, reflexo do jato polar norte (ventos fortes em altos níveis da atmosfera, 250hPa). A dinâmica deste sistema favorece um cavado nos níveis médios (500hPa) e altos da atmosfera (200hPa).

Formando em Meteorologia (UFSC): Piter Scheuer