ANÁLISE SINÓTICA - 13/01/2016

Imagem Caracterizada Sinoticamente por: Piter Scheuer_Técnico em Meteorologia. 
Hora Local: 06:00UTC 

                    DESCRIÇÃO DA IMAGEM SINÓTICA
Na análise sinótica desta quarta-feira (06UTC), observa-se uma frente fria penetrando entre o território Argentino e Sul do Uruguai, se estendendo ao longo do Atlântico adjacente anexado centro de baixa pressão em oclusão (fora do domínio desta imagem) com isóbara central de 948hPa, possuindo forte gradiente de pressão embebido pelo escoamento baroclinico nos níveis de 500hPa. Na retaguarda deste sistema, nota-se a atuação de uma área anticiclonica pós-frontal migratória (sistema de alta pressão) com valor central de 1012hPa, oriundo de um pulso de ar frio da Alta Subtropical do Pacífico Sul (ASPS), com núcleo central em torno de 1020hPa. A dinâmica deste sistema favorece uma crista pós-frontal (área alongada de alta pressão) ressecando o ar desde alta troposfera (200hPa) até a superfície (1000hPa) resultando na compreensão adiabática do ar, deixando tempo mais estável sobre a Argentina e Oceano (em tons mais escuro). Observa-se uma grande quantidade de nuvens carregadas (em tons de laranja, amarelo, azul e rosa) associadas à Zona de Convergência de Umidade (ZCOU), que se estende entre o Sudeste do Pará, Mato Grosso, Tocantins, Minas Gerais, Espírito Santo e prosseguindo ao longo do Atlântico adjacente até um ciclone subtropical, com núcleo de baixa pressão de 1000hPa. Os ciclones subtropicais, possuem núcleos frios em altos níveis e quentes em baixos níveis (850hPa), onde obtém uma dinâmica de desenvolvimento diferenciado com relação aos ciclones extratropicais. Sua formação no Hemisfério Norte (HN), é baroclinica na presença de vorticidade ciclônica sobre temperatura do mar quente. Áreas de advecção de vorticidade (500hPa) geram aprofundamento de cavados em superfície sobre a Argentina, se estendendo sobre a Bolívia até o Peru, embebido por uma área de baixa pressão relativa de 1004hPa (cavado de onda longa), e outro cavado de onda curta entre Paraguai, Paraná e São Paulo, funcionando como um “gatilho” da convecção profunda, liberando calor latente e aquecendo o ar na baixa troposfera, o que favorece a queda da pressão do ar, gerando núcleos de convectivos (tempestades severas associadas a pancadas de chuva e possível granizo). O forte escoamento de leste/sudeste com velocidade acima de 20 kt, associado aos ventos alísios por influência da ASAS (Alta Subtropical do Atlântico Sul) alcança o Oeste da Região Amazônica e que devido à presença dos Andes (barreira orográfica), adquirem a direção noroeste/norte favorecendo a advecção de ar quente e úmido para a Bolívia, Paraguai e Norte da Argentina e Sul e Sudeste do Brasil, caracterizando o Jato de Baixos Níveis (JBN) detectado no nível de 850hPa, dando suporte e energia potencial aos cavados comentados anteriormente. A ASAS, esta com pressão central de 1020hPa, (fora do alcance desta imagem), e atua com escoamento anticiclonico, propiciando uma crista na vanguarda da ZCOU, comentada anteriormente, mantendo a estabilidade troposférica.

Graduando em Meteorologia (UFSC): Piter Scheuer_Técnico em Meteorologia